quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sobre frango, lombrigas e iluminação.

Há meses atrás, meu marido me trouxe a página "Comida" da Folha de São Paulo. De tantas receitas, uma me despertou todas as lombrigas: sobrecoxas de frango cozidas demoradamente com limão, cachaça e leite de coco. Depois, pra finalizar, ervas frescas diversas salpicadas (cebolinha, manjericão, coentro) e belas castanhas de caju. Fiquei com água na boca, recortei a receita do jornal e a perdi. Para sempre...

Procurei pela casa, procurei na internet, procurei no site da Folha. Nada.

Lembrava que o nome da receita era "Frango Crepúsculo dos Deuses", e era por esse nome que procurava. Nada.

Até que hoje, como uma última tentativa ("última" talvez, pq acho q jamais conseguiria tirar esse frango da cabeça e buscaria por ele atééé...), uma iluminação me fez escrever no google, ao invés do nome correto da receita, apenas "frango com cachaça".

Achei!

Uma outra pessoa, assim como eu, vidrou na receita e tomou cuidado para não perdê-la. Fez o frango e ainda publicou em seu blog, com dicas, fotos e tudo. Perfeito!

O blog que salvou minhas lombrigas é esse aqui:
http://kafkanapraia.blogspot.com/2011/07/frango-com-cachaca.html

Estava decidida a fazer o frango para o almoço, não esperar mais nem um diazinho. Ainda era cedo, ainda estava frio para sair de moto até o mercado. Fui organizar algumas coisas e, assim que esquentou o tempo, peguei minha Biz e fui toda alegre buscar os ingredientes. O cara do açougue me deu 5 sobrecoxas (1 kg) perfeitamente limpas, sem pele, bonitas mesmo. Comprei até uma cachaça mineira, a Boazinha. Cheguei e fui preparar o almoço, pois logo chegariam meu marido e minha filha para comer.

O frango é muito fácil de preparar, ainda mais tomando uma e outra dosezinha de cachaça de Salinas.

Para acompanhar, fiz um arroz branquinho, delicioso, e brócolis refogado.

Agora vou contar o que interessa:
Frango é uma coisa complicada, ou é o peito - seco e sem graça - ou são as coxas e sobrecoxas - meio gosmentas, um pouco nojentas. Muita gente não é fã de frango, especialmente cozido. Meu marido torce o nariz até!

Mas esse frango... Hummmmm! é perfeito. P E R F E I T O !!! Quer dizer, se quiser fazer frango cozido, tem q ser esse. Sabe pq?

Primeiramente ele é lavado com o suco de 1 limão. Em seguida temperado com sal e pimenta e levado para dourar na panela com 1 cebola, 1 alho-poró, 4 dentes de alho e cebolinha. Depois de dourado, vc adiciona suco de 2 limões na panela e 1 dose de cachaça. Assim q ferve, vc coloca 2 vidros de leite de coco (a receita pede 1 vidro, mas eu achei pouco pois não cobriu o frango), tampa e deixa ferver por muito tempo, uns 40 minutos ou mais, até q a carne esteja soltando do osso. Não deixe o fogo muito alto para não secar o leite de coco (eu precisei até colocar um pouquinho de água durante o cozimento). A ideia é q ao término do cozimento ainda fique bastante molho para jogar sobre o frango, molhar o arroz... Quando desligar a panela, é hora de salpicar as ervas fresquinhas e, momentos antes de servir, salpicar as castanhas crocantes por cima.

Resultado: uma explosão de sabores e texturas - adocicado, azedinho, ardidinho, cremoso, crocante...

Lindo lindo!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Torta di Parma (com toque caipira, bem do jeito q a gente gosta!)



Um dos meus primeiros posts, entitulado "A torta de abóbora saiu!", foi sobre a deliciosa Torta di Parma do famigerado Cozinhando para Amigos. Ali, mencionei que, no café da manhã do dia seguinte, enquanto comia a torta q sobrara da noite anterior, tive a ideia de, na próxima vez, usar carne seca junto com a abóbora no recheio da torta.

Pois, então! Ontem, a torta que já era incrível, ficou melhor ainda com a carne seca desfiada! Dá pra ver, aí na foto acima, a massa fina, feita somente com farinha, azeite, sal e água morna, o recheio de abóbora assada no forno com alho-poró, pimenta do reino, tomilho fresco e uma colher de mel, amassada com garfo, à qual adicionei 400 gramas de carne seca desfiada. Ficou maravilhosa! Chamei minha irmã, meu cunhado e meu sobrinho para comerem tb, pq eles são gulosos e ótimas cobaias...rs. O resultado foi q comemos quase tudo, uma assadeira inteira.

Por unanimidade, votamos a favor da ideia do meu marido: a de adicionar, da próxima vez, além da carne seca, catupiry ao recheio. Pronto: já tenho motivo pra falar desta torta outra vez aqui no blog.

Agradeço à minha irmã, por ter me ajudado na cozinha, e ao meu marido por ter saído às pressas comprar o alho-poró q faltava.

Ao meu cunhado esfomeado, agradeço a paciência em esperar a torta sair do forno (ela é meio demoradinha mesmo, e eu sempre me enrolo um pouco no tempo).

Para acompanhar, bebemos cerveja e guaraná. Mas uma cachacinha teria sido perfeita... Não lembrei dela ontem, mas sobrou um pedaço da torta pra hoje... e já está me dando uma fominha...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Pão de abobrinha: rápido, bonito, gostoso!


Uma coisa fantástica é pão feito em casa. Minhas memórias de infância tem o cheiro de pão caseiro, saído do forno, sendo cortado com uma faca de serra bem grandona que partia aquela casca grossa, marrom, crocante, até alcançar o miolo quente, q soltava sua fumaça cheirosa e clamava por uma camada de margarina para nos enfeitiçar ainda mais! Minha mãe cortava o pão e nós ficávamos em volta, assistindo, esperando, inebriados. Depois de servidas nossas grossas fatias, um último aviso da mãe cuidadosa: "cuidado q tá quente!". E era assim mesmo q a gente queria: quente pra ver derreter a margarina.

Com tantas lembranças, seria natural que eu fosse uma dona de casa que faz pão pelo menos 1 vez por semana... Mas, que nada!

Até q fiz na semana passada o pão de abobrinha do livro Cozinhando para Amigos da Heloísa Bacellar. Com tantos pães em seu livro, escolhi esse por ser rápido, não ter q esperar crescer, ir fermento em pó mesmo, como um bolo! No fim, achei mesmo q parecia mais um bolo salgado de abobrinha do que um pão (especialmente por assar em forma de bolo inglês, aquela compridinha com formato de pão de forma, sabe?). Mas meu marido achou q parecia mais pão do que bolo salgado.

Enfim, ficou lindo e uma delícia! Ele fica amarelinho dentro, com pedacinhos verdinhos da abobrinha italiana, e a casca fica dourada, bem lindo! O sabor é tão confortável, salgadinho, com um toque de pimenta. Não é à toa q no livro ele está como entrada para uma lasanha de verão: combina muito como entrada. Sabe quando vc recebe visitas para almoçar ou jantar, e o prato principal ainda está sendo finalizado? Esse pão seria perfeito para as pessoas irem beliscando, junto com umas linguiças assadas no forno e fatiadas, ou com uma porção de azeitonas servidas num molhinho com ervas...

Mas nós comemos como pão mesmo, no meio da tarde, com café. Esse pão vai bem de qualquer jeito! Achei um puta pão coringa, diferente, charmoso, leve. Pq vc não faz?

RECEITA: Pão rápido de Abobrinha
(tempo de preparo: 50 minutos)

1 1/2 xícara de abobrinha italiana bem verde ralada grosso
1 1/2 xícara de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
1/2 colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino
1/4 de colher (chá) de bicarbonato de sódio
1/2 xícara de óleo
3/4 de xícara de queijo parmesão ralado
2 ovos
manteiga para untar
farinha de trigo para polvilhar

-Aqueça o forno a 180 graus (médio), unte com manteiga e polvilhe com farinha uma fôrma média de bolo inglês.
-Numa tigela média, misture a abobrinha, a farinha, o fermento, o sal, a pimenta e o bicarbonato de sódio e reserve.
-Na tigela da batedeira, bata o óleo, o parmesão e os ovos com a batedeira até obter um creme esbranquiçado (eu bati, bati, bati, mas não ficou esbranquiçado, aí foi amarelado mesmo).
-Junte a mistura de abobrinha, despeje na fôrma e asse por uns 40 minutos, até que o pão esteja crescido, dourado e que, enfiando um palito no centro, ele saia limpo.
-Deixe amornar, desenforme e sirva em fatias.

BON APPETIT!