segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A melhor panqueca de carne de todas!


Difícil achar alguém q não goste de panqueca, mesmo q cada um tenha seu recheio preferido. A minha panqueca preferida é a de carne - a que eu faço! Isso pq fui experimentando algumas variações, alguns truquezinhos e cheguei a uma versão deliciosa. A receita básica é da mãe da minha amiga Dani Gagliardo, feita no liquidificador, e sempre dá certo. Mas eu copiei o truque da minha sogra q é adicionar espinafre à massa pra ela ficar bonita e "nutritiva", como ela diz. Fiz essa versão e dei o nome de 'panqueca do popye' [foto]. Outro dia coloquei pra bater junto com a massa, em vez do espinafre, um cubo grandinho de abóbora e ficou melhor ainda, pois a abóbora deu uma textura mais aveludada absolutamente divina, sem contar a cor lindíssima. Essa última é a minha preferida, mas me esqueci de fotografar. De qualquer forma, tanto a de abóbora qto a do popye ficam muito boas.

A receita da massa é a seguinte (para 3 pessoas):
1 xícara de farinha de trigo
2 ovos
1 xícara de leite
1/2 colher (café) de sal
1 pedaço de abóbora ou um punhadinho de espinafre

Bater tudo no liquidificador, adicionando a abóbora ou o espinafre aos poucos até ficar com uma cor vibrante. Deixar descançar por 1/2 hora enquanto faz o recheio.Essa receita não tem erro!

Para o meu recheio preferido de carne moída:
1 cebola média picadinha
2 dentes de alho picadinhos
azeite só para fritar o tempero
1/2 quilo de patinho moído
cheiro verde à vontade
sal
pimenta-do-reino moída na hora
e o meu segredinho: anis-estrelado.

Fazer a carne moída como de costume, sem adicionar água e até secar o líquido da panela. Retire o anis-estrelado.

O último e essencial segredinho pra panqueca ficar muuuito saborosa é fritá-las em manteiga em vez de óleo ou azeite. Deixe o tablete de manteiga do lado do fogão e pra cada disco a ser feito colocar uma colherzinha de café (ou mais se quiser) na frigideira quente. Despejar um pouco da massa líquida e espalhar pela frigideira até q endureça formando um disco de mais ou menos 15 cm. Fritar dos dois lados, retirar e montá-la com a carne preparada. Dica importante: quanto mais fino o disco da panqueca, mais fácil será de montar e mais gostosa ficará!

Colocar as panquecas montadas em uma travessa comprida e cobrir com um molho de tomate leve, salpicando queijo parmesão ralado.

Na hora de comer, regue sua panqueca com azeite. Não precisa de mais nada - perfeito!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Penne diferente


Consultando o livro da Heloisa Bacellar em busca de receitinhas simples, leves e gostosas para o reveillon, encontrei diversas massas e pensei: um macarrão, seja qual for ou com como for, é sempre bem vindo, traz aconchego, não traz? Pensando nessa sensação de conforto, na economia (o mar não tá pra peixe!) e na facilidade de preparar, escolhi esse que, além de todos esses atributos, me deu água na boca: o penne com abobrinha, manjericão e mussarela de búfala!

Perguntei pra minha filha o que ela achava e lhe pareceu bom. Resolvemos testar a receita antes do ano novo, pra ter certeza. Faríamos pra janta. Fomos de moto, sob o sol escaldante das duas e meia da tarde, até o varejão comprar os ingredientes, dentre os quais o principal é a abobrinha italiana, SEIS abobrinhas italianas! "É abobrinha pra caramba", pensei. Essa abobrinha toda seria ralada, refogada rapidamente com alho e azeite e batida no liquidificador com 1 copo de requeijão, meia xícara de queijo parmesão ralado e folhas de manjericão. Tudo temperadinho com sal e pimenta-do-reino e finalizado com rodelas de mussarela de búfala. Pronto: um molho super diferente, leve, delicado e saboroso para uma noite quente de festa com a família.

Jantamos hoje o penne diferente. Os três, até o marido q não é fã da zucchini, comemos e aprovamos a receita que agora é oficial do reveillon daqui de casa. Hoje faltou o lambrusco, dia 31 não faltará (amém!)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Shitake, girolle, chanterelle, shimeji... o reino dos fungos!


Não da pra ser grande e continuar achando que cogumelo é apenas champingon paris em conserva. Existe um reino inteiro de cogumelos para ser explorado. E eu ainda não explorei. Mas estou começando...

Segunda-feira, véspera de feriado, aquela fome, aquela vontade de comer algo muito gostoso sem gastar muito. O marido com dor de barriga, só no biscoito de polvilho. A filha na casa da vovó... e eu faminta, uma chuvinha, escurecendo. Claro que pensei no risoto, simplesmente porque risoto é versátil, pode ter um sabor apurado ou delicado, vai da vontade de quem o faz, e não dá muito trabalho. Já escrevi sobre risoto aqui, sobre o "risoto de camarão perfeito" (do mês de julho). Desta vez me inspirei no livro Jamie Oliver - o chef sem mistérios - e me aventurei no que ele sempre elogia muito: os cogumelos!

Fiz a receita de risoto de cogumelos com alho, tomilho e salsa. Ficou um absurdo, simplesmente maravilhoso. Essa é a palavra perfeita para qualificá-lo: MARAVILHOSO!
Além do azeite, alho, tomilho, salsa e pimenta do reino usados para dar uma refogada no cogumelo, a receita pede, ainda, o suco de 1 limão. Esse tempero é incrível mesmo. O Oliver diz que pode-se usar ou apenas um tipo de cogumelo ou uma mistura de vários tipos. Por uma questão super chata, a econômica, q geralmente poda minhas inspirações de boa moça, escolhi apenas um, o mais barato dos que estavam na prateleira: o shimeji (foto). A dica do chef para preparar os cogumelos é não lavá-los para q não absorvam água, mas apenas retirar qualquer sujeira ou pó com uma escovinha ou pano de prato antes de prepará-los.

A receita do risoto eu já coloquei no post de julho, certo? Acho q era uma receita pra 4 pessoas gulosas (ou 2 xícaras de chá de arroz arbório). Vou passar a receita (editada à minha maneira) dos cogumelos q serão adicionados na etapa final do preparo do risoto:

300 g de cogumelos (um tipo ou uma combinação deles)
3 colheres (sopa) de azeite
1 punhado de tomilho (tire as folhinhas do talinho passando os dedos apertados pelo cabinho no sentido inverso ao do crescimento)
1 dente de alho picado bem fino
sal e pimenta-do-reino moída na hora
1 punhado de salsa picada
suco de limão

Corte os cogumelos em fatias finas, mas rasgue os girolles e chanterelles ao meio. Em uma frigideira bem quente, aqueça azeite e jogue ali os cogumelos e o tomilho. Cozinhe por 1 minuto, misture bem, acrescente o alho, uma pitada de sal e a pimenta-do-reino moída. (É importante temperar os cogumelos levemente enquanto eles cozinham.) Deixe no fogo por uns 2 minutos, mexa, experimente e veja se já estão cozidos. Acrescente a salsinha e o suco de 1 limão. Misture de novo, prove mais uma vez e se estiver perfeitamente cozidos, pode desligar o fogo e, se quiser, pique um pouco mais os cogumelos cozidos. (O interessante é deixar os cogumelos picados/rasgados em diferentes tamanhos.)

Só isso! os cogumelos devidamente cozidos e temperados ficam prontos em 10 minutos no máximo. Aí vc reserva o cogumelo preparado e começa fazer o risoto. Neste, eu usei pimenta dedo-de-moça fresca picadinha junto com a cebola e cozinhei o risoto com caldo de galinha. Mas pode-se usar caldo de legumes se vc for vegetariano.

Aliás, por falar em vegetariano, esse risoto é uma excelente alternativa aos vegetarianos, pois tem consistência e sabor únicos q dão personalidade ao prato. Adorei!

Outra coisa: tomilho, pra quem não conhece, é uma erva bem aromática, que agrada gregos e troianos. Neste blog já foi ingrediente de várias receitas incríveis. O que poucos sabem é q é extremamente fácil de cultivar em casa. É só comprar no supermercado ou no varejão esses vasinhos q vem com a plantinha e, chegando em casa, replantar em um vaso um pouquinho maior para q vc possa colocar mais terra preparada com húmus de minhoca. Ele cresce fácil, aguenta bem as mudanças de temperatura e é uma plantinha lindinha. Fica bom também no tempero daquele filezinho de frango básico do dia-a-dia. E no peixe fica supimpa!

Comi meu risoto de cogumelos sozinha. Só eu pude sentir o frescor dessa combinação de temperos com pedacinhos mastigáveis de shimeji. Enquanto comia, imaginava ser indispensável experimentar com uma combinação de cogumelos diferentes. Fica pra próxima.

Com a barriguinha cheia fomos, eu e meu marido moribundo, pra debaixo das cobertas assistir a um filminho que tb foi muito bom.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sobre frango, lombrigas e iluminação.

Há meses atrás, meu marido me trouxe a página "Comida" da Folha de São Paulo. De tantas receitas, uma me despertou todas as lombrigas: sobrecoxas de frango cozidas demoradamente com limão, cachaça e leite de coco. Depois, pra finalizar, ervas frescas diversas salpicadas (cebolinha, manjericão, coentro) e belas castanhas de caju. Fiquei com água na boca, recortei a receita do jornal e a perdi. Para sempre...

Procurei pela casa, procurei na internet, procurei no site da Folha. Nada.

Lembrava que o nome da receita era "Frango Crepúsculo dos Deuses", e era por esse nome que procurava. Nada.

Até que hoje, como uma última tentativa ("última" talvez, pq acho q jamais conseguiria tirar esse frango da cabeça e buscaria por ele atééé...), uma iluminação me fez escrever no google, ao invés do nome correto da receita, apenas "frango com cachaça".

Achei!

Uma outra pessoa, assim como eu, vidrou na receita e tomou cuidado para não perdê-la. Fez o frango e ainda publicou em seu blog, com dicas, fotos e tudo. Perfeito!

O blog que salvou minhas lombrigas é esse aqui:
http://kafkanapraia.blogspot.com/2011/07/frango-com-cachaca.html

Estava decidida a fazer o frango para o almoço, não esperar mais nem um diazinho. Ainda era cedo, ainda estava frio para sair de moto até o mercado. Fui organizar algumas coisas e, assim que esquentou o tempo, peguei minha Biz e fui toda alegre buscar os ingredientes. O cara do açougue me deu 5 sobrecoxas (1 kg) perfeitamente limpas, sem pele, bonitas mesmo. Comprei até uma cachaça mineira, a Boazinha. Cheguei e fui preparar o almoço, pois logo chegariam meu marido e minha filha para comer.

O frango é muito fácil de preparar, ainda mais tomando uma e outra dosezinha de cachaça de Salinas.

Para acompanhar, fiz um arroz branquinho, delicioso, e brócolis refogado.

Agora vou contar o que interessa:
Frango é uma coisa complicada, ou é o peito - seco e sem graça - ou são as coxas e sobrecoxas - meio gosmentas, um pouco nojentas. Muita gente não é fã de frango, especialmente cozido. Meu marido torce o nariz até!

Mas esse frango... Hummmmm! é perfeito. P E R F E I T O !!! Quer dizer, se quiser fazer frango cozido, tem q ser esse. Sabe pq?

Primeiramente ele é lavado com o suco de 1 limão. Em seguida temperado com sal e pimenta e levado para dourar na panela com 1 cebola, 1 alho-poró, 4 dentes de alho e cebolinha. Depois de dourado, vc adiciona suco de 2 limões na panela e 1 dose de cachaça. Assim q ferve, vc coloca 2 vidros de leite de coco (a receita pede 1 vidro, mas eu achei pouco pois não cobriu o frango), tampa e deixa ferver por muito tempo, uns 40 minutos ou mais, até q a carne esteja soltando do osso. Não deixe o fogo muito alto para não secar o leite de coco (eu precisei até colocar um pouquinho de água durante o cozimento). A ideia é q ao término do cozimento ainda fique bastante molho para jogar sobre o frango, molhar o arroz... Quando desligar a panela, é hora de salpicar as ervas fresquinhas e, momentos antes de servir, salpicar as castanhas crocantes por cima.

Resultado: uma explosão de sabores e texturas - adocicado, azedinho, ardidinho, cremoso, crocante...

Lindo lindo!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Torta di Parma (com toque caipira, bem do jeito q a gente gosta!)



Um dos meus primeiros posts, entitulado "A torta de abóbora saiu!", foi sobre a deliciosa Torta di Parma do famigerado Cozinhando para Amigos. Ali, mencionei que, no café da manhã do dia seguinte, enquanto comia a torta q sobrara da noite anterior, tive a ideia de, na próxima vez, usar carne seca junto com a abóbora no recheio da torta.

Pois, então! Ontem, a torta que já era incrível, ficou melhor ainda com a carne seca desfiada! Dá pra ver, aí na foto acima, a massa fina, feita somente com farinha, azeite, sal e água morna, o recheio de abóbora assada no forno com alho-poró, pimenta do reino, tomilho fresco e uma colher de mel, amassada com garfo, à qual adicionei 400 gramas de carne seca desfiada. Ficou maravilhosa! Chamei minha irmã, meu cunhado e meu sobrinho para comerem tb, pq eles são gulosos e ótimas cobaias...rs. O resultado foi q comemos quase tudo, uma assadeira inteira.

Por unanimidade, votamos a favor da ideia do meu marido: a de adicionar, da próxima vez, além da carne seca, catupiry ao recheio. Pronto: já tenho motivo pra falar desta torta outra vez aqui no blog.

Agradeço à minha irmã, por ter me ajudado na cozinha, e ao meu marido por ter saído às pressas comprar o alho-poró q faltava.

Ao meu cunhado esfomeado, agradeço a paciência em esperar a torta sair do forno (ela é meio demoradinha mesmo, e eu sempre me enrolo um pouco no tempo).

Para acompanhar, bebemos cerveja e guaraná. Mas uma cachacinha teria sido perfeita... Não lembrei dela ontem, mas sobrou um pedaço da torta pra hoje... e já está me dando uma fominha...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Pão de abobrinha: rápido, bonito, gostoso!


Uma coisa fantástica é pão feito em casa. Minhas memórias de infância tem o cheiro de pão caseiro, saído do forno, sendo cortado com uma faca de serra bem grandona que partia aquela casca grossa, marrom, crocante, até alcançar o miolo quente, q soltava sua fumaça cheirosa e clamava por uma camada de margarina para nos enfeitiçar ainda mais! Minha mãe cortava o pão e nós ficávamos em volta, assistindo, esperando, inebriados. Depois de servidas nossas grossas fatias, um último aviso da mãe cuidadosa: "cuidado q tá quente!". E era assim mesmo q a gente queria: quente pra ver derreter a margarina.

Com tantas lembranças, seria natural que eu fosse uma dona de casa que faz pão pelo menos 1 vez por semana... Mas, que nada!

Até q fiz na semana passada o pão de abobrinha do livro Cozinhando para Amigos da Heloísa Bacellar. Com tantos pães em seu livro, escolhi esse por ser rápido, não ter q esperar crescer, ir fermento em pó mesmo, como um bolo! No fim, achei mesmo q parecia mais um bolo salgado de abobrinha do que um pão (especialmente por assar em forma de bolo inglês, aquela compridinha com formato de pão de forma, sabe?). Mas meu marido achou q parecia mais pão do que bolo salgado.

Enfim, ficou lindo e uma delícia! Ele fica amarelinho dentro, com pedacinhos verdinhos da abobrinha italiana, e a casca fica dourada, bem lindo! O sabor é tão confortável, salgadinho, com um toque de pimenta. Não é à toa q no livro ele está como entrada para uma lasanha de verão: combina muito como entrada. Sabe quando vc recebe visitas para almoçar ou jantar, e o prato principal ainda está sendo finalizado? Esse pão seria perfeito para as pessoas irem beliscando, junto com umas linguiças assadas no forno e fatiadas, ou com uma porção de azeitonas servidas num molhinho com ervas...

Mas nós comemos como pão mesmo, no meio da tarde, com café. Esse pão vai bem de qualquer jeito! Achei um puta pão coringa, diferente, charmoso, leve. Pq vc não faz?

RECEITA: Pão rápido de Abobrinha
(tempo de preparo: 50 minutos)

1 1/2 xícara de abobrinha italiana bem verde ralada grosso
1 1/2 xícara de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
1/2 colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino
1/4 de colher (chá) de bicarbonato de sódio
1/2 xícara de óleo
3/4 de xícara de queijo parmesão ralado
2 ovos
manteiga para untar
farinha de trigo para polvilhar

-Aqueça o forno a 180 graus (médio), unte com manteiga e polvilhe com farinha uma fôrma média de bolo inglês.
-Numa tigela média, misture a abobrinha, a farinha, o fermento, o sal, a pimenta e o bicarbonato de sódio e reserve.
-Na tigela da batedeira, bata o óleo, o parmesão e os ovos com a batedeira até obter um creme esbranquiçado (eu bati, bati, bati, mas não ficou esbranquiçado, aí foi amarelado mesmo).
-Junte a mistura de abobrinha, despeje na fôrma e asse por uns 40 minutos, até que o pão esteja crescido, dourado e que, enfiando um palito no centro, ele saia limpo.
-Deixe amornar, desenforme e sirva em fatias.

BON APPETIT!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Meu risoto de camarão perfeito!

Certa vez, perambulando pela Livraria Saraiva, bati os olhos num livro lindo e irresistível que falava unicamente sobre o arroz. Como era irresistível, não pude deixar de pegá-lo e folheá-lo. Ali dizia que o arroz, para os chineses, é um alimento sagrado pois alimenta não somente o corpo mas também a alma. Não deve haver um dia sequer que um chinês não se alimente dele. Seu consumo é tão importante que o arroz recebe um nome diferente para cada refeição, começando pelo café da manhã. Se aqui nós perguntamos "já tomou seu café?", referindo-se ao café da manhã, lá eles perguntam "já comeu seu arroz?".

Pra mim, que sempre gostei de arroz, o risoto é a sua coroação. Prova disso tive ao fazer meu risoto de camarão na semana passada. Não segui receita não, segui minha intuição, deixei fluir a Força de Jedi. O resultado foi incrível! Vou reproduzir aqui meu passo-a-passo e espero que quem estiver lendo este post, inspire-se e experimente.

O camarão
Comecei comprando 1 pacote (500 gramas) de camarão descascado congelado que paguei uns 24 reais. Não era daquele camarão miudinho não, era uns maiorzinhos, rosados. Para descongelar, fiz como vi na tv: fervi bastante água e mergulhei o camarão congelado por 1 ou 2 minutos, escorrendo imediatamente. Peguei uma frigideira grande e coloquei na boca grande do fogão com a chama alta pra não juntar água (juntou mesmo assim). Aqueci um fio de azeite e coloquei uns 2 dentes grandes de alho picado. Depois de perfumar, coloquei folhinhas de tomilho (não acho q seja essencial, mas como tinha na minha hortinha, coloquei), joguei todo o camarão, mexi, coloquei sal (pra essas coisas eu uso o sal gourmet, um sal granulado q tem em alguns supermercados) e pimenta-do-reino moída na hora. Refoguei por uns 3 minutos só. Dizem que se refogar demais o camarão some e fica duro. Esperei 3 minutinhos e experimentei. Achei q tava ótimo. Desliguei, mesmo sem esperar secar o caldinho q formou na frigideira (na verdade, acho q esse caldinho q juntou deu um sabor todo especial no final, qdo adicionado ao arroz pronto), reservei.

O caldo de peixe
Prepare o caldo de peixe no qual será cozido o arroz. Comprei caldo de peixe em tabletes e dissolvi 3 tabletes em 2 litros de água fervente, ou um pouco mais. Mantenha o caldo quente o tempo todo, posicionado ao lado da panela onde será feito o arroz. A chama baixa do meu fogão é tão baixa que mantém o caldo quente sem borbulhar. Por isso deixo ligada o tempo todo sob a panela do caldo.

O arroz
Dizem que a primeira coisa importante pro risoto ficar bom é uma panela alta com fundo grosso. Eu tenho uma de inox da Tramontina, muito boa. Ali, fiz o temperinho básico pro arroz: azeite, cebola bem picadinha e 1 dente de alho. Calculei, mais ou menos, que para a quantidade de camarão que tinha, deveria usar 2 xícaras de arroz arbório. Coloquei o arroz na panela, mexi bastante em fogo médio-alto para pegar o sabor do tempero e, sem muita demora, coloquei meia taça de vinho branco seco. Na nossa cara sobe aquele cheiro azedo engraçado. Deixe o fogo médio-baixo e, daqui pra frente, os segredos são:

1- não parar de mexer nunca!
2- não deixar o arroz secar nunca!
3- não deixar nadando no caldo nunca!

Pra isso, é só nao sair do lado da panela e ir colocando o caldo aos poucos.

Quando imaginar que boa parte do álcool do vinho evaporou ou qdo o arroz tiver sugado o vinho, tá na hora de começar a colocar a primeira concha do caldo de peixe. Coloca uma concha, mexe enquanto o arroz suga o caldo, coloque mais uma, mexe, suga, e assim infinitamente, até que o arroz esteja macio mas al dente, o q deve levar uns 20 minutos. Nunca deixe o arroz secar completamente a ponto de querer grudar no fundo da panela, senão, como diz o Jamie Oliver, o arroz vai ficar duro por dentro. Segundo ele, a consistência do risoto, do começo do preparo ao fim, é uma consistência cremosa que escorre. Isso garante que no final os grãos estejam inteiramente macios.

Quando percebi que o arroz estava quase no ponto, coloquei mais ou menos 1 xícara de salsinha bem picadinha. Ficou lindo com a salsinha e deu um gostinho muito especial no arroz que, no fim, combinou bem com o camarão.

O risoto
Quando o arroz estiver pronto, adicione o refogadinho de camarão e misture bem. Espere 1 minuto para que o camarão aqueça novamente e já pode desligar o fogo. Adicione bastante manteiga e mexa. Agora adicione bastante queijo parmesão fresco ralado e mexa bem.

Está pronto! Eu diria que essa quantidade dá pra 4 pessoas. Acertei em cheio na proporção arroz/camarão. Ficou incrivelmente perfeito meu risoto, com os camarões grandes e firmes, o arroz cremoso... Comemos até não poder mais. Para beber, a Giovana tomou suco de uva integral e eu com o Will bebemos um delicioso Merlot. Terminamos a noite com a pança cheia e a alma muito bem alimentada!

domingo, 17 de julho de 2011

Com fome e vontade de comer?

Sabe quando vc fica horas no computador ou fazendo serviços de casa ou no telefone com sua irmã ou sua mãe ou atrasa-se terminando de ver um filme ou lendo um livro? Qdo se dá conta está morrendo de fome, com vontade de comer alguma coisa de sabor gostoso mas nao quer sair de casa pra comprar nada e nao tem mtos ingredientes em casa? Esse é o momento perfeito pra fazer as deliciosas BATATAS COM BACON NA PRESSÃO!

Quer comer algo saboroso e gordurento em 25 minutos? Basta ter aquelas batatas na geladeira, bacon e bastante óleo! Descasca e pica em quatro as batatas, joga na pressão. Pica umas 200 gr de bacon e joga em cima das batatas. Cubra tudo com óleo, fecha a pressão e deixe 15 minutos no fogo. Deixe sair a pressão, abra a panela, escorra as batatas num escorredor qualquer e vc terá deliciosos pedaços de batatas fritas com pedacinhos bem fritinhos de bacon! Se quiser, qdo abrir a panela, pode deixar mais uns 5 minutinhos no fogo sem tampa para dar aquela dourada.. eu sempre faço isso e fica lindo, com aquela casquinha na batata.

Agora, se quiser algo perfeito e igualmente simples e rápido para acompanhar, faça esta FAROFA FANTÁSTICA DE BANANA COM OVO: leve ao fogo uma panela grande com um pouco de azeite e 1 ou 2 caldos de galinha, deixe dissolver. Acrescente 2 bananas (qualquer uma q vc tiver em casa) picadinhas. Mexa um pouco e em seguida acrescente 2 ovos. Mexa mais um pouco. Agora é só colocar farinha de mandioca (eu uso sempre aquela farinha biju, torrada e sem tempero da Deusa) e mexer vigorosamente. Experimente, veja se ta bom de sal e, se quiser, coloque um pouco de pimenta-do-reino ou cheiro-verde... fica por sua conta!

Essas receitas eu peguei no site "Clube do Gordinho" (o link encontra-se neste blog no lado direito da página) e nunca mais deixei de fazer. Deve engordar um absurdo, mas é tão bom de comer com a família gulosa!

Fica tããão gostoso! A gente come com taaanto gosto!

Experimente!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

De tarde, brownie... com café!

Acabei de comer o meu brownie de chocolate, morninho, levemente úmido por dentro, com pedacinhos crocantes de castanha-do-pará, e uma xícara daquelas bem grandes de café da minha cafeteira italiana Bialetti. O cheiro do chocolate, o cheiro do café moído na hora que fica pairando no ar mesmo quando a cafeteira já está chiando, espalhando o vapor do café preparado, aroma que se funde aos demais e anuncia a todos na casa: o lanchinho da tarde está pronto!

Não vou nem dizer mais muita coisa, apenas compartilhar direitinho a receita que aprendi no livro de receitas Cozinhando para Amigos, da Heloisa Bacellar. É um capricho!

Brownie de chocolate
2/3 de xícara de farinha de trigo
1/2 colher (chá) de sal
1/2 colher (chá) de fermento em pó
140 g de manteiga (sempre uso sem sal)
200 g de chocolate meio-amargo em pedacinhos
1 colher (chá) de essência de baunilha
3/4 de xícara de açúcar
3 ovos grandes
1 xícara de castanha-do-pará em pedaços grandes
manteiga para untar
farinha de trigo para polvilhar

Aqueça o forno a 160 graus (médio-baixo) e unte com manteiga e polvilhe com farinha uma assadeira pequena de uns 18 x 22 cm (eu fiz em uma daquelas marinex de vidro).
Numa tigela média, misture a farinha, o sal e o fermento.
Derreta a manteiga e o chocolate no microondas ou em fogo baixo, junte a baunilha e o açúcar e despeje na tigela de farinha.
Misture até conseguir uma massa lisa, junte os ovos um a um, depois a castanha e espalhe na assadeira.
Asse por uns 25 minutos até que o brownie esteja firme mas ainda ligeiramente úmido, de maneira que, espetando um palito, ele deverá sair com farelinhos. (não sei se por causa do frio mas o meu demorou mais q 25 minutos, mas fui checando pra não passar do ponto e ficar seco).
Deixe amornar, corte em quadrados e passe para um prato. (depois de frio, é só dar umas voltinhas no microondas q ele fica parecendo q saiu do forno de novo).

Agora, vamos falar do café:

Quando comprei a cafeteira italiana usava um pó de qualidade, o Café do Ponto, próprio para esse tipo de cafeteira. Apesar de ser um ótimo pó de café, ía perdendo o aroma e o sabor frescos com o passar do tempo, mesmo guardando bem guardado na geladeira (500 g de café demorava mto pra ser consumido por mim e meu marido). Foi qdo comecei a pesquisar na internet preço de moedor de café. Não tinha ideia de qual comprar e arrisquei o mais barato, de R$ 69,90. Ele funciona perfeitamente bem! Aí veio a dúvida: qual grão comprar?? Eu e meu marido tentamos várias marcas, de diversos tipos, e nenhum se igualava aos grãos vendidos na Franz Café. Enfim, tem sido um ótimo investimento, a cafeteira, o moedor e o grão da Franz. Somos apaixonados por café e estamos nos programando para fazer um curso rápido de barista.

Temos também uma cafeteira elétrica de café expresso, a Chef Crema da Eletrolux q ganhamos de presente da minha irmã e meu cunhado. Foi uma surpresa maravilhosa e não tem um dia sequer que ela não seja usada. Muito eficiente, nosso café expresso cremoso é melhor do que o de todas as padarias, graças tb, é claro, à qualidade do café que compramos. Bebemos nossos cafés puro, sem adoçar, porque somos metidos.

Para meu marido, nada combina mais com café do que chocolate. Pra mim, queijo minas. Mas hj tive que dar o braço a torcer: café com brownie é par pefeito!

sábado, 25 de junho de 2011

Caldo de Feijão Amigo


O que mais gosto de comer é feijão! Não feijão puro, mas com arroz, com farinha... Taí algo q realmente me tira do regime: um bom prato de feijão com arroz! Temperado com lingüiça, com bacon, só com louro e alho, com gordura de porco... ah!!!

Carioquinha e preto são os mais comuns. Gosto de deixar de molho antes de cozinhar para ficar com caldo mais grosso. Antes eu cozinhava o feijão com a água do molho, mas uma amiga me disse que o ideal é trocar a água, jogar fora a água do molho, pois ela contém uma toxina própria do feijão que dificulta sua digestão e dá gases. Ao jogar a água do molho fora, a gente se livra de boa parte dessa toxina maléfica sem perder as vitaminas e proteínas. Outra amiga deu uma dica para combater os gases do feijão: cozinhá-lo com pedacinhos de gengibre. Já fiz, adoro gengibre, mas meu marido ficou bravo por ter a infeliz surpresa de morder pedacinhos de gengibre no feijão.

Mas esse post é para falar do caldinho de feijão que fiz esses dias e que ficou uma delícia: o Caldo de Feijão Amigo do livro de receitas Cozinha Regional Brasileira - Minas Gerais, da Abril Coleções. Esse livro é lindo, com fotos, textos e receitas da melhor cozinha do mundo, a cozinha mineira! E custou apenas 14,90 na banca de revistas! Pela primeira vez comprei e preparei o feijão-vermelho que, conforme explica o livro, é o feijão mais popular ou comum de Minas. O caldinho fica com uma cor maravilhosa q eu nunca tinha visto. O tempero é simples: óleo e muito alho. Coloquei, por minha conta, louro e pimenta. Todo ano, nesta época, os bares daqui de Campinas enriquecem seus cardápios com os caldinhos de inverno, e, entre eles, o de feijão. Eu adoro, porém sempre me decepciono com a quantidade enorme de sal que eles colocam. Detesto mais que tudo comida salgada. O meu caldinho ficou com a quantidade perfeita de sal. Para isso fui colocando sal muito aos pouquinhos, pra não correr o risco de errar também. Acho que acertei ao oferecer essa entrada quentinha para meus convidados que vieram, numa sexta-feira fria, para jantar pizza da pizzaria em comemoração ao aniversário de 12 anos da minha filha. Para acompanhar o caldinho coloquei torradinhas de alho (compradas prontas) em uma cestinha e cebolinha e salsinha picadinhas para salpicar sobre a caneca de caldinho. Como estava frio, o caldinho esfriava rápido e engrossava. Aí, era só voltar a panela ao fogo, colocar mais água e deixar dar aquela fervida. Quem já tinha comido, comia de novo!

Vou passar a receita para que vcs façam em casa. É tão simples, rápido, fácil e gostoso...

Receita do Caldo de Feijão Amigo

4 xícaras (chá) de feijão-vermelho cozido com caldo
1/4 de xícara (chá) de alho em pasta
2 colheres (sopa) de óleo
sal a gosto
1/2 xícara (chá) de bacon ou toucinho defumado frito e cortado em cubinhos
salsinha e cebolinha a gosto.
Bata o feijão no liquidificador. Reserve. Em uma panela, esquente o óleo e refogue o alho. Adicione o feijão batido e tempere com sal. Sirva em canecas, acrescentando o bacon e polvilhando com salsinha e cebolinha.

Como eu disse, adicionei louro no cozimento do feijão e pimenta vermelha ao temperar. Não fiz o bacon ou toucinho frito pq tinha mais vegetarianos do q carnívoros para comer. Ah! e uma dica muito importante q aprendi no capítulo Técnicas regionais do mesmo livro: "para refogar o alho por igual, mexa sem parar com uma colher de pau". Apliquei a técnica e funcionou direitinho. Deixei o alho dourar bem, sempre mexendo com a colher de pau.

Eu fiz questão de beber uma dose de cachaça com o meu caldinho. Não era de Minas, q essa já tinha acabado, mas uma de Paraty, branquinha, muito boa!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Desmistificando

No penúltimo sábado fiz um jantar completo do livro da Heloisa para alguns familiares. Éramos 6 adultos e 3 crianças lindas. Escolhi uma receita trabalhosa, do capítulo "Sem pressa". Comecei no dia anterior: fui ao supermercado comprar a carne,o vinho e alguns temperos para deixar marinando, comprei os ingredientes da sobremesa pra fazer de noite. O cardápio era o seguinte:

Brasato ao barolo: uma maminha q fica marinando no vinho tinto e temperos por 12 horas e q deve ser assado por umas 3 horas além de mais 3 horas de repouso. A carne fica super macia e o molho é uma delícia. Apesar disso, na minha opinião, não valem a pena o trabalho e a demora. Sei lá, existem tantas carnes deliciosas e fáceis de preparar. E, maminha... não tem melhor do que na churrasqueira! Pra mim, a melhor coisa desse prato foi saber que não farei de novo, foi desmitificar essa coisa de receita requintada que deve ter o sabor dos deuses. Não tem sabor dos deuses coisa nenhuma. Todos nós gostamos da carne, até as crianças, pois ficou tão macia q era muito fácil pra elas comerem. Mas um bom bolo de carne moída à italiana, por exemplo, feito de maneira simples e rápida, agradaria a todos do mesmo jeito. Sem contar que o cheiro daquele molho da marinada, sendo trabalhado desde a véspera, foi me enjoando.

Radicchio e endívias caramelizados com aspargos: outra desmitificação: aspargos são gostosos mas nada comparado a uma boa abóbora ou a qualquer outro vegetal daqui da terrinha. Eu nunca tinha comido aspargos e vendo os programas de chefes internacionais que idolatram os tais aspargos, ficava imaginando que deviam ser o máximo de uma refeição. Que nada! Se vcs têm a mesma curiosidade que eu, se morrem de vontade de fazer aspargos e só não tiveram ainda a oportunidade mas aguardam ansiosamente o dia em que experimentarão, esqueçam os aspargos pra sempre! e qdo virem algum chefe importante fazendo aspargos na TV, tenham piedade dele. Sem contar que, como já me haviam alertado, eles deixam um cheiro horroroso na urina. Radicchio, por sua vez, tem gosto de escarola e endívia tem gosto de repolho (ou é o contrário??), só que mil vezes mais caro. Meu conselho: fiquemos com o bom e velho repolho, com a chicória, os legumes e verduras brasileiras que são uma delícia, baratinhos e dá pra comprar todo dia e em qualquer feira de bairro!

Polenta cremosa com creme de gorgonzola, nozes e alecrim: ah! essa sim valeu a pena! Talvez por causa da relação custo-trabalho-benefício. Ficou maravilhosa! Vou até passar a receita. Aproveitem o inverno e façam! Pra acompanhar, aconselho uma linguiça artesanal assada no forno ou somente um bife suculento.
Observação: na receita, a polenta é feita à moda antiga, ou seja, com o fubá comum, tendo, portanto, que cozinhar por 30 minutos. Porém, vou passar aqui a receita conforme eu to super acostumada, com o indispensável fubá pré-cozido da Yoki. Com esse, é só esperar engrossar, cozinhar mais uns 5 minutos apenas e pronto! Vamos lá:

para a polenta:
6 xícaras de água fria
2 xícaras de fubá pré-cozido Yoki
2 colheres (chá) de sal (eu sempre troco o sal por 2 caldos de galinha)
1 ramo pequeno de alecrim
40 g de mangeiga
Coloque todos os ingredientes na panela, acenda o fogo alto e mexa sem parar até engrossar. Quando engrossar e começar espirrar, baixe o fogo e deixe uns 5 minutos com a panela tampada. Retire o alecrim.

para o creme:
40 g de manteiga
2 ramos de alecrim
1 xícara de nozes grosseiramente picadas
200 g de queijo gorgonzola em pedacinhos
2 1/2 xícaras de creme de leite (de preferência fresco)
Aqueça a manteiga, o alecrim e as nozes numa frigideira, espere perfumar, junte o gorgonzola, deixe derreter, acrescente o creme de leite, retire do fogo qdo ferver, despeje sobre a polenta e sirva.

Bem, de sobremesa comemos o pudim caramelizado de maçã do post anterior. Ficou uma beleza, delicioso! Todos comeram, todos gostaram - menos as crianças. Por isso, da próxima vez, seguirei o conselho da Heloisa: fazer uma sobremesa a mais, de chocolate, para as crianças e chocólatras como meu marido. (As crianças, desapontadas com o pudim de maçã, comeram iogurte de adulto que eu tinha na geladeira, pobrezinhas.)

A noite foi muito agradável, com muito vinho, conversa e risadas. Fazia muito frio mas a comida e a bebida nos aqueceu bem. Comemos toda a comida, não sobrou nadinha. Esqueci-me de oferecer um café antes que eles fosse embora dirigindo, uma pena!

Demorei para escrever sobre essa experiência porque ela teve esse lado desapontador da desmistificação. Somente ontem, lendo as páginas "Comida" da Folha de S.Paulo que meu marido trouxe pra mim, inspirei-me a escrever. Ali, o texto "O Jabá, o filé e o sertanejo", escrito pelo chef Rodrigo Oliveira, me deixou feliz por legitimar essa impressão desapontadora que eu mesma não compreendia e da qual eu me envergonhava até mesmo de escrever. Vejam só que maravilha de texto:

O SERTÃO não é lugar de fartura ou abundância. Pelo menos não na maior parte do tempo. Esse talvez seja o motivo de o sertanejo dar tanto valor às coisas, especialmente às de comer. É tocante ver um deles falar de um cozido de feijão-verde com coentro fresco e manteiga de garrafa. Ou de um queijo coalho bem-feito, daqueles de ranger os dentes.
Falam com igual carinho e paixão dos cajus maduros ou dos umbus verdes, para se comer com uma pitada de sal e uma talagada de cana.
O que é certo é que se o alho fosse tão raro quanto as trufas, custaria tanto quanto elas. Para nós, o valor de um ingrediente está ligado à qualidade, não ao custo.
Por um grande período, as vísceras eram parte dos cortes nobres de um animal. Para nós, sertanejos, o sarapatel e a buchada, feitos com esmero, ainda são grandes iguarias.
Como é possível dizer o que vale mais: um punhado de maxixe ou um maço de aspargos, favas pernambucanas ou lentilhas francesas, barriga de porco ou carré de cordeiro?
Aproveitando a comparação dos últimos, enquanto o corte do suíno custa cerca de R$ 6, para o "French rack" cobra-se dez vezes mais.
Assim, parece mais lógico se debruçar sobre o carré; limpá-lo, apará-lo, prepará-lo com cuidado de cirurgião, enquanto simplesmente torramos a barriga de porco num tacho para fazer torresmos.
Mas se dedicarmos atenção e técnica a esse corte, podemos ter, por exemplo, uma pancetta confitada, como a de Jefferson Rueda, ou um torresmo como o do Mocotó.
No nosso caso, o processo todo leva - da marinada à última fritura, antes de ir à mesa - 18 horas.
O resultado é um torresmo de carne macia e suculenta, pele crocante, seguinha e pururucada.
Para isso, investimos um monte de trabalho nesses pedacinhos de carne, gordura e pele. Cada um deles é, ao final, uma pequena e dourada peça de artesanato.
Por isso, seja cozinhando jabá ou filé, em casa para os amigos ou no restaurante para centenas de pessoas, devemos ter o mesmo grau de cuidado e respeito. Afinal, o que seria do caviar sem o ovo?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Caramelos estalactites?

Tenho, neste momento, um Pudim Caramelizado de Maçã no forno, assando em banho-maria. Nunca tinha feito pudim e muito menos de maçã. E, por falar em caramelizado, levei um baile do caramelo... que coisa mais obscura fazer caramelo, tirar do fogo na hora certa, fazê-lo grudar ,pelando, em todas as laterais internas da forma antes que ele esfrie e endureça... A receita dizia para fazer 1 caramelo para forrar toda a forma, só que antes que eu pudesse espalhar, ele foi endurecendo e se transformando em estalactites. Tive que fazer outro caramelo para tentar, dessa vez, espalhar na superfície da forma. Os estalactites continuaram grudados como se fizessem parte da forma, tipo uma forma com textura. Absurdo, eu sei! Mas, se no final der certo, acho q vai ficar maravilhoso. O cheiro na cozinha das maçãs no fogo, caramelizando com baunilha, canela, limão e açúcar... hummmm! Depois a manteiga derretendo entre as adocicadas, amarelinhas e finas fatias de maçã. Por fim, os ovos, e um derradeiro mergulho na forma caramelizada.

A receita é, mais uma vez, do meu livro novo, Cozinhando para Amigos. 45 minutos de banho-maria no forno a 180 graus. Só que tem acontecido uma coisa bem chata: a cozinha da casa nova veio com um cooktop, mas o forno nós que temos que comprar. Só que é bem caro e não vai dar pra comprar agora. Meu fogão antigo, que é um Brastemp, foi parar no quintal junto à churrasqueira. O problema é que, devido ao frio que tem feito e como ele fica ao ar livre, acho que não está retendo bem o calor. Com isso, não só tenho que aumentar a temperatura recomendada em pelo menos 40 graus como tenho que dobrar o tempo de forno. Sem contar que não aproveitamos aquele cheirinho maravilhoso de comida no forno se espalhando pela casa. Isso tem me desanimado e começo a desconfiar que vou acabar desistindo dessa minha jornada pelo menos até comprar um forno pra cozinha.

Bem, vou parar por aqui e ir vigiar o pudim tentando virar pudim. Depois conto tudo!

(a receita do pudim está no comentário abaixo)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A queijadinha de papel

Vejam a receita das queijadinhas da Heloísa no Cozinhando para Amigos

100 g de coco ralado
1 lata de leite condensado
2 gemas
2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
Numa tigela média, misture bem todos os ingredientes.

Fiz ontem de tarde para tomar com café. A receita é uma delícia, não tem como negar. O problema está em montar como a receita manda: assar em forminhas de papel dentro das forminhas de alumínio para empadas. Ficou uma gracinha feito assim, só q na hora de comer foi um grande teste de paciência no qual fomos reprovados e minha filha, que foi a que mais comeu, deve ter comido tb muito papel porque fica tudo grudado.

Como tinha sobrado queijadinha sem assar, untei hoje, com manteiga, uma tigelinha de vidro q pode ir ao forno e coloquei a queijadinha crua. Na hora de pôr no forno, segui as instruções da receita do mesmo jeito que antes, só q agora sem as forminhas. Vejam só:

Aqueça o forno a 180 graus (médio) e ferva 1 litro de água para o banho-maria. Coloque a tigela de vidro dentro de uma assadeira e depois coloque a água fervente no fundo da assadeira até chegar à metade da altura da tigela. Asse a queijadinha por uns 30 minutos até firmar e dourar, retire do forno e deixe amornar. Sirva frio.

Bem, deu super certo! não grudou e ficou uma delícia. Porém, não ficou gracioso para servir a convidados, pois no que vc corta com a faca uma fatia, ela se esfarela um pouco. Pra fazer só para os de casa, não vejo problema nenhum, dá pra comer até às colheradas mesmo, como fazemos com brigadeiro caseiro.

Acho que ficará perfeito se colocar pra assar em mini potinhos individuais de cerâmica devidamente untados com manteiga. O que acham? Pra mim, a única dificuldade será esperar esfriar pra comer.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Creme de Mandioquinha


Em minha primeira postagem entitulada Julie e Julia, mencionei que morava em um apartamento e que cultivava algumas ervas em vasos na varanda. Disse, ainda, que tinha vontade de comprar uma casa para não só cultivar ervas mas para plantar algumas frutas também. Pois bem: estou morando há 2 meses em uma casa muito confortável, com uma cozinha grande, cheia de armários e com um janelão enorme! O quintal da casa é pequeno mas vai dar pra plantar um limoeiro e um pé de maracujá ao menos. As ervinhas continuam nos mesmos vasos e ainda não tive tempo de aumentar a horta (talvez eu esteja esperando ganhar um livro maravilhoso em 2 volumes chamado As Ervas do Sítio e as Ervas da Cozinha. Quem sabe no meu aniversário, dia 27 de agosto, eu ganhe de alguém que me adore muito!).

Mas tudo isso pra dizer o seguinte: minha casa nova é muito fria, e está fazendo muito frio! Com isso resolvi fazer umas sopas e cremes para acompanhar pão, queijo e vinho. Semana passada fiz a sopa de grão-de-bico e alho-poró do Jamie Oliver, que ficou feia, grossa, mais parecendo um purê cor de burro quando foge. Jantamos assim mesmo, meio decepcionados e guardei a sobra na geladeira. Na noite seguinte dissolvi aquela pasta em mais caldo de galinha, piquei salsinha fresquinha e coloquei mais parmesão. Ficou muito melhor: cremosa, gostosa, bonita, substanciosa. Portanto, a sopa de grão-de-bico (que virou um creme de grão-de-bico) foi definitivamente aprovada para esquentar uma noite fria.

Ontem de noite fiz o creme caipirinha de mandioquinha do Cozinhando para Amigos. Gente, eu juro, é o melhor creme de mandioquinha que eu já comi na minha vida!!! Cremoso, amarelo, aveludado, quente, delicado. Um primor! Vou passar a receita pois, pra quem é fã de creminhos quentinhos no inverno, é imperdível!

40 gr de manteiga
1 cebola em cubinhos
2 kg de mandioquinha sem casca, em rodelas finas
2 litros de caldo de galinha ou 2 cubinhos dissolvidos em 2 litros de água
1 1/2 xícara de creme de leite fresco
2 colheres (sopa) de folhas de salsinha picadinhas
sal
(eu acrescentei, por minha conta, um pouquinho de gengibre em pó junto com o sal)

Aqueça a manteiga numa panela média e doure ligeiramente a cebola, junte a mandioquinha e o sal, espero 1 minuto, acrescente o caldo, abaixo o fogo qdo ferver e cozinhe em fogo baixo até amaciar.
Adicione o creme de leite, deixe ferver de novo, ajuste o sal, retire do fogo e bata no liquidificador até obter um creme liso.
Sirva com salsinha picadinha.

Meu marido comprou queijo gorgonzola, azeitonas chilenas e pão italiano para ir beliscando. Eu tinha uma pequena porção de torresmo que sobrara da feijoada de domingo na casa da minha sogra, e não pensamos duas vezes antes de espedaçá-lo e polvilhar torresmo sobre o prato de creme. Pra beber, Carmenére. Assim ficou muito mais fácil passar a noite fria.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A torta de abóbora saiu!


A torta de abóbora que estava louca pra fazer (pra comer, na verdade) saiu na noite de sábado! Com a ajuda da minha querida irmã, que estava especialmente animada, fiz e abri a massa. Minha filha também ajudou, polvilhando farinha na bancada e manuseando o rolo que peguei emprestado da minha sogra. O nome da torta que está no meu novo livro de receitas Cozinhando para Amigos é Torta di Parma. Basicamente é uma massa fina recheada com abóbora assada bem temperada.

Antes que meus convidados chegassem (minha irmã com meu cunhado e meu sobrinho, minha sogra e meu sogro) piquei a abóbora em cubos de 2 cm, coloquei na assadeira com rodelas de alho-poró, mel, tomilho, azeite, pimenta do reino e sal, e coloquei no forno por 40 minutos. Minha irmã chegou e me ajudou com a massa que é muito simples: farinha, azeite, água morna e sal, bem aberta, formando um retângulo que deveria forrar a assadeira e ainda sobrar um pouco para os lados. Nisso, a abóbora estava pronta. Amassamos com o garfo (estava deliciosa e a minha irmã até anotou a receita da abóbora pra acompanhar um arroz). Colocamos a abóbora amassada com salsinha e parmesão ralado dentro da assadeira, sobre a massa. Dobramos as laterais sobre o recheio em direção ao centro e pincelamos uma gema sobre a massa dobrada. Cobrimos o centro com mais parmesão ralado e levamos ao forno por 30 minutos.

Quando tirei do forno, o aroma era maravilhoso! Ficou leve e bem saborosa. Comemos com molho de pimenta Tabasco e bebemos muito vinho tinto.

No dia seguinte, comendo a sobra da Torta di Parma, tive a ideia de, na próxima vez, acrescentar carne seca desfiada ao recheio... Abóbora com carne seca, hein? não dá mais vontade ainda?

P.S.: Michele e Edite, obrigada por lavarem a louça pra mim.

(Hoje à noite tentarei fazer 2 receitas de inverno: uma sopa de grão-de-bico com alho-poró, do livro do Jamie Oliver que eu adoro, e um creme caipirinha de mandioquinha, do já mencionado Cozinhando para Amigos, da Heloisa Bacellar. Já comprei os ingredientes e coloquei o grão-de-bico de molho. Depois conto tudo.)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Minha panqueca de abóbora com recheio de carne


Ah!!!!
Fiquei meses sem postar nada. Não que não tenha cozinhado nada digno nesse tempo todo, pelo contrário: fiz umas batatas com bacon fritas na panela de pressão que ficou... hum! uma gostosura! Aprendi também fazer uma farofa de banana com ovo que minha filha nomeou a melhor farofa de todas! E outro dia fiz um bolo de carne italiano para meus irmãos e todos adoraram. As três receitas do Clube do Gordinho. Muito simples, muito boas.

Hoje era pra ter feito uma torta de abóbora pra janta. Seria a segunda receita do meu novo lindo livro de receitas que ganhei da minha filha e do meu marido no dia das mães (o livro é 'Cozinhando para Amigos' e a primeira receita foi o brownie de chocolate com castanhas, delicioso! nunca tinha feito brownie. Aliás, nunca fui de fazer sobremesas). Comprei todos os ingredientes, ía começar fazer a torta quando fui ler melhor o 'modo de preparo' e descobri que precisava de um rolo para abrir a massa. Não tenho rolo. Fiquei desanimada por não ter visto isso antes. Tive um rolo quando casei, há 12 anos. E aí, o que faria pra janta?

Há alguns anos, minha amiga Daniela me passou a receita de panqueca da mãe dela:
1 xícara de leite
1 xícara de farinha de trigo
2 ovos
1/2 colher (chá) de sal
Bater no liquidificador e deixar descansar por meia hora.
Lembrei que minha sogra costuma colocar algum vegetal na massa da panqueca pra "ficar mais nutritivo", como ela diz. Peguei um pedacinho da abóbora da torta e bati com o leite antes de bater os outros ingredientes. Ficou bonita. Ralei um pouquinho de nóz moscada e deixei descansar.

Descongelei a carne moída e preparei com cebola, alho, pimenta dedo de moça, duas pontas de anis estrelado, louro e, no fim, salsinha. Ficou muito boa! (Foi a 1a vez que usei anis estrelado e gostei muito, muito perfumado.)

Fiz o molho: azeite, pouquinho de cebola, alho, tomate pelado e tomate fresco, manjericão e lascas de azeitona preta.

Fritei a panqueca na manteiga, recheei com a carne, coloquei o molho por cima, um tiquinho de parmesão ralado e comemos muito bem, com muitos "hummm"!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Baião de Dois

Estou de ressaca!

Mas não é de bebida e sim do baião de dois que preparei e jantamos ontem.
O prato é delicioso, forte e, com a ajuda da nossa preferida Tabasco Habanero, picante.
Pra quem não conhece, o prato vai bacon, paio, calabresa meia-cura, carne seca, feijão de corda, arroz, alho, cebola, louro, manteiga de garrafa, queijo coalho e coentro. Meu marido não me deixou colocar coentro em tudo, então coloquei só no meu prato. Minha filha que é chegada numa comida forte amou! Meu marido comeu até não poder mais! Pra acompanhar bebemos Petra escura bem gelada e combinou muito bem! (até tomaríamos cachaça se não tivesse tão calor).

Vi o prato no Diário de Olivier e depois peguei a receita no site do GNT. Muito fácil o preparo.

Segundo meu marido, que é bom com aromas e sabores, dava pra sentir cada sabor, mesmo sendo tudo misturado. Dava pra perceber a manteiga de garrafa, as diferentes lingüiças, o bacon, o feijão, enfim! Prestando mais atenção pude concordar.

Na hora que me deitei pra dormir tive um pouco de enjôo. Não sei bem se foi por causa da comida, da cerveja ou da emoção de cozinhar algo tão rico. Fosse como fosse, tomei um Dramin e dormi.

Os ingredientes comprei todos no Mercadão. Foi engraçado carregar aquele monte de comida no ônibus. Cheguei cansada mas valeu a pena.

A costela que fiquei de comprar pra assar na sexta, não deu, afinal, precisa-se de uma peça de 4 kg e eu não podia carregar nem a minha sombrinha mais. Quero comprar hoje, mas não vou ao mercadão, tentarei comprar no varejão mesmo.

Das compras que fiz ontem para o prato, sobrou bacon, lingüiça e carne seca pra temperar muito feijão ainda. Delícia!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Julie e Julia


Ontem assisti ao filme "Julie e Julia", de Nora Ephron. Aquilo mexeu comigo por várias razões:
Em primeiro lugar, sou uma amante da comida. Desde pequena como de tudo e adoro tudo, acho tudo saboroso, tudo uma delícia. Gosto de ervas e temperos q a maioria das pessoas nao suportam.

De um tempo pra cá venho tentando cultivar ervas em vasos na varanda do meu apartamento. Tenho tido algum sucesso. Meu desejo é comprar uma casa e plantar algumas frutas tb!

Bom... voltando à comida: vejo programas de gastronomia, compro e leio livros de receitas, gostaria de aprender a assar coisas. Porém, não cozinho nada q não seja o básico arroz com feijão, verduras e legumes, e bifes.

O filme me fez ver o qto estou sendo idiota de não aproveitar essa minha vontade de ser íntima da comida. Eu quero ser íntima da comida.

Na verdade - agora me dou conta - adoro filmes sobre comida. Acabei de me lembrar do maravilhoso "Festa de Babete", e tantos outros.

Hoje, 11 de janeiro de 2011, tomo uma decisão importante: vou aprender a cozinhar delícias! Minha primeira receita: costela no forno. Peguei aleatoreamente a receita no site da GNT. Vou no mercadão comprar uma peça de costela de 4 quilos pra deixar marinando durante 3 dias antes de assar por 6 horas. Aproveito e compro ingredientes para um baião de dois q vi na TV ontem.
Depois conto como ficou.